São Paulo, Brasil, 2001.
Eu estava mexendo nas coisas do meu pai, quando ele me pegou no flagra:
- O que você quer aí?
- Tô procurando alguma coisa pra ler...
- Leia o “Capitalismo para Principiantes”, é muito bom.
Nossa casa sempre foi recheada de livros. Desde pequeno minha mãe me estimulou a ler – e por isso lhe sou muito grato. Penso que o hábito da leitura é algo extremamente importante. Quem lê aprende, se informa, se conhece, se comunica. Quem lê viaja parado e nunca volta pro mesmo lugar. Meu pai, por sua vez, foi o responsável pelas melhores leituras da minha adolescência.
- Esse livro fala de quê?
- Ele explica o capitalismo de uma forma bem humorada, leia que você vai gostar.
Na parte de cima da estante da sala ficavam os livros do meu pai. Agora, lembrando um pouco e pensando bastante, aqueles bem que poderiam ser meus livros. Filho de peixe, peixinho é. Certamente papai buscava naquelas leituras o que eu busco nas minhas. Títulos como Deuses, Túmulos e Sábios, ou A História da Riqueza do Homem figuravam em sua biblioteca pessoal.
- Tá, então vou ler esse!
Fiquei entusiasmado. Naquela época eu gostava de ler sobre os “ismos”.
- Depois leia “A Ilha”.
- E de que fala “A Ilha”?
- É um livro-reportagem sobre Cuba.
Esse também me interessou bastante. Cuba. Àquela altura eu já sabia que Cuba era um país socialista, devido a uma revolução liderada por Fidel Castro, da qual Che Guevara também participou.
- Jóia! Vou ler os dois!
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