Buenos Aires, Argentina, 22 de janeiro de 2011.
Enquanto troco mensagens pelo MSN com o Leo, vou repassando mentalmente tudo que lhe quero dizer. Pra mim é algo muito difícil falar pra ele que tô saindo com a Flori. Na verdade, eu não pude nem dizer pra ele quando pintou um clima entre a gente pela internet, quando eu ainda tava em Montevidéu. Difícil dizer pra um amigo que a gente tá saindo com a moça que ele também queria.
Penso: “che, preciso te falar uma coisa e acho que você vai ficar bravo comigo – você tem o seu direito. Vou te falar de cara, sem rodeios: estou saindo com a Flori. Eu sei que, quando a gente a conheceu no hostel em Montevidéu, você falou que tava afim dela e tudo mais. Pois quando você disse isso, eu tentei ficar distante dela, sem dar muito papo, até sendo grosseiro, pra deixar o caminho aberto pra você. Pode perguntar pro Emerson, ele vai te dizer. Quando a gente voltou pra Buenos Aires e começamos a sair com ela, eu quase nem falava com ela. Nem no Facebook eu a tinha adicionado nem nada. Depois, quando fui pra Montevidéu pela segunda vez, com o Emerson, eu adicionei ela no Facebook porque achei que não tinha nada a ver. O problema é que a gente começou a bater papo e a conversa fluiu, sei lá. Não sei exatamente como a gente entrou no assunto, mas ela me falou que desde a primeira conversa se interessou por mim. Poxa, a Flori é bonita, e muito legal. Não quero entrar nesses detalhes. Quando você me falou que tinha falado com ela e que não rolou nada entre vocês, eu senti que não precisava mais me segurar – rolou uma química entre a gente, não há culpa nem culpados... Eu estou
Começo a falar com ele sobre o assunto:
- Che, preciso te falar uma coisa e acho que você vai ficar bravo comigo – você tem o seu direito. Vou te falar de cara, sem rodeios: estou saindo com a Flori.
- Isso não é falar de cara, é falar por MSN. – ele responde.
As coisas não saem exatamente como eu queria, mas saem exatamente como eu pensei – ele ficou puto. Sequer me deixa dar uma justificativa. Fala que precisa tomar café da manhã e desconecta. Não digo que me sinto feliz, mas sei lá. Acho que agora é melhor dar espaço pra ele. Quando ele sentir-se pronto para falar sobre o tema, vai me procurar. Vou esperar ele me procurar. Melhor.